quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Caminhada: onde praticar

Qualquer um pode praticar a caminhada, mas o local escolhido para bater pernas pode potencializar alguns ganhos do mais democrático dos exercícios

por Thais Szegö
design Eder Redder
ilustrações Mauro Nakata

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Emagrecer, tonificar os músculos, aumentar a eficiência do sistema imunológico, diminuir o estresse, ficar longe da depressão... — ufa! E olhe que essa lista de benefícios proporcionados pela caminhada, apesar de longa, nem está completa. Para ganhar esse pacote de vantagens, pessoas de todas as idades e com diferentes graus de condicionamento físico precisam apenas calçar um tênis e colocar as pernas para trabalhar. Simples assim? Nem tanto. Não basta andar a esmo por aí. O exercício precisa ser praticado três vezes por semana, durante 30 minutos, no mínimo. E por onde você anda também conta bastante (veja os quadros ao longo desta reportagem). Para começo de conversa, o local escolhido para caminhar pode favorecer ou não o número de passadas. Um estudo realizado na Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, revela que, para manter a saúde do coração em dia, é preciso conseguir a marca de 100 passos por minuto, em média.

Linhaça ajuda a emagrecer

Pesquisa brasileira mostra que incluí-la no café da manhã é a melhor opção para quem precisa emagrecer. Saiba aqui como aproveitar esse e outros benefícios da cada vez mais festejada semente de linho

por Paula Desgualdo
design Glenda Capdeville
fotos Gustavo Arrais

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Seja qual for a nomenclatura, não restam dúvidas de que temos aqui uma genuína fonte de ácido alfalinolênico, uma versão da gordura ômega-3. “No organismo, ele é convertido nas moléculas EPA e DHA para que seja absorvido”, detalha Jesuí Visentainer, cientista de alimentos da Universidade Estadual de Maringá. Essas duas siglas, EPA e DHA, são responsáveis por importantes atributos do alimento — a proteção das artérias e dos neurônios é o principal. “O ômega-3 diminui o LDL, fortalece o sistema imunológico e evita processos inflamatórios”, enumera Renata Cintra, professora de Nutrição da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior do estado. Como a dieta do brasileiro não é das mais ricas no nutriente, encontrado principalmente nos peixes de águas frias, investir na linhaça é uma alternativa para alcançar as cotas diárias. Além dos ácidos graxos e das fibras, outra substância que merece atenção atende pelo nome de lignana. “Trata-se de um composto fenólico com propriedades extremamente antioxidantes”, diz Rejane Neves-Souza, professora de nutrição da Universidade do Norte do Paraná. Nos últimos anos, diversas pesquisas indicam que ele ajudaria a brecar a reprodução de células cancerosas, diminuindo o risco de tumores como os de mama, próstata e cólon. E o melhor: a linhaça está cheia dele. “As lignanas também agem como fitoestrógenos”, afirma Rejane. Isso quer dizer que, no corpo, exercem as funções do hormônio feminino estrógeno. Assim, segundo alguns trabalhos, dariam uma ajuda e tanto para as mulheres que começam a enfrentar os primeiros sinais da menopausa, quando os níveis hormonais desabam.

Não bastasse a linhaça proteger o intestino, combater a obesidade e afastar doenças cardiovasculares, alguns cientistas relacionam seu consumo regular até mesmo à saúde da pele e dos olhos. Mas a grande questão é: quanto e como consumir? “Não estamos falando de um remédio que deve ser tomado para tratar doenças”, lembra Rejane. “Para aproveitar suas qualidades e ver efeitos em longo prazo, temos que incluir a linhaça no dia a dia”, avisa. Não existe consenso, mas as recomendações diárias variam de 25 a 45 gramas.

Os especialistas sugerem que você tome alguns cuidados para que os nutrientes da linhaça sejam absorvidos pra valer. O primeiro é evitar comer as sementes inteiras. “O organismo tem dificuldade em romper a parede celular delas”, justifica a nutricionista Ana Cristina Rocha Espeschit, pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa. Ou seja: priorize a farinha. Mas, antes de cair de boca na semente triturada, saiba que ela é supersensível à oxidação. “O ideal é diminuir ao máximo o contato com o oxigênio, com a luz e com o calor”, aconselha o bioquímico Jorge Mancini, da Faculdade de Ciências Famacêuticas da Universidade de São Paulo. Por isso é tão comum ouvir por aí — e procede — que o melhor é comprar a semente, separar a porção que pretende consumir e batê-la no liquidificador instantes antes de comer. Se precisar guardar, tente deixá-la na geladeira, em um pote escuro, bem fechado e cheio até a boca para não dar espaço ao ar.

Com essas dicas, você aproveitará tudo o que a linhaça oferece de melhor. No entanto, como nenhum alimento é perfeito, ela também apresenta alguns senões. “Poucos falam das suas substâncias antinutricionais”, acredita Ana Vládia. “No corpo, elas inibem a ação de enzimas que digerem proteínas”, declara. As consequências disso ainda estão sendo estudadas, mas é de imaginar que não venham boas notícias. Para fugir dessa roubada, procure cozinhar a semente com água durante 15 minutos em fogo baixo — claro que, se for usar a linhaça em uma receita de prato quente, você poderá dispensar esse procedimento. Está certo que, ao aquecer, a concentração de substâncias benéficas irá diminuir. Mas a nutricionista Ana Vládia garante que é a maneira mais segura de consumi-la: a perda não é das maiores e os malefícios das tais substâncias antinutricionais são anulados.

No ensejo de mais orientações, a nutróloga Lívia Zimmermann ensina uma técnica para quem declarou guerra ao ponteiro da balança: deixe a linhaça de molho em uma tigela de quatro a oito horas. Aí, beba um copo daquela água aproximadamente meia hora antes da refeição. “As fibras que estão ali ajudam a frear a fome e a comer menos”, assegura. Depois de conhecer tantas facetas da pequena notável, fica difícil arrumar uma desculpa para não colocá-la no seu café da manhã ou em outra refeição do dia.